quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Saúde mental: ação pede novos leitos.

A ação judicial determina redução de espera por atendimento no Hospital de Saúde Mental de Messejana.
Defensoria Pública da União do Ceará (DPU/CE) entrou com um novo pedido de cumprimento da ação judicial que determina redução do tempo de espera de atendimento no Hospital de Saúde Mental de Messejana (HSMM). Segundo a determinação, é preciso que sejam tomadas providências para que a espera por atendimento não ultrapasse seis horas; que novos leitos sejam disponibilizados também em outras unidades de saúde e que medidas sejam tomadas para um tratamento adequado aos pacientes.

O pedido judicial, protocolado à 6ª Vara Federal, foi proferido há um ano, por decisão liminar. Em maio deste ano, a sentença foi mantida pelo tribunal da 5ª Região. Segundo a DPU/CE, a decisão está sendo descumprida. A ação civil pública partiu de denúncias feitas pelos próprios médicos do hospital, que se sensibilizaram com o estado a que se submete quem busca atendimento. 
Segundo o diretor geral do hospital, Marcelo Theophilo Lima, o problema não está no tempo de atendimento, mas no tempo de espera para internação, que, em outubro último, apresentou uma média de 25 horas. “As pessoas confundem espera por atendimento com espera por internação. Eu tenho uma limitação física. Familiares que chegam à nossa emergência trazendo um paciente com surto psicótico, por exemplo, não podem voltar para casa. Eu entendo, e ficam aqui, nas dependências do hospital, aguardando vagarem leitos. Aí, é que entra o estado desumano a que se submetem. Não temos como internar todos, mas também não tenho como dizer vá para casa e espere lá. Não é fácil lidar com pacientes em surto”, justifica Marcelo.

Ele põe em questionamento também a lei estadual nº 12.151, que dispõe sobre a extinção progressiva dos hospitais psiquiátricos. Pelo art. 1º fica proibida “a contratação e financiamento (...) de novos leitos naqueles hospitais”. “Como gestor público não posso descumprir a lei, não está na minha governança criar novos leitos. Mas admito que o juiz tem razão. A lei é absurda, precisa ser revista, até revogada”, defende.

Marcelo explicou que, a partir de maio, tentou se adequar à decisão judicial, criando uma estrutura emergencial, que comporta, atualmente, 14 pacientes, “com todo aparato necessário ao tratamento dos pacientes, mas ainda precário”.

O POVO procurou a titular da Coordenadoria da Saúde Mental do Município, Rane Félix, responsável pela estruturação de leitos nos hospitais da Capital, mas as ligações não foram atendidas. Tentou-se falar também com o defensor público Feliciano de Carvalho, responsável pelo pedido da ação, mas ele não foi localizado até o fechamento desta edição.

ENTENDA A NOTÍCIA

DPU/CE pede cumprimento da ação judicial que determina diminuição no tempo de espera para internações psiquiátricas no Hospital de Messejana. Gestor do hospital diz que problema está na espera por internação.

Saiba mais

O HSMM possui capacidade de internação para 180 pacientes. Existem também

60 pacientes recebendo tratamento em situação classificada como “hospital-dia”, em que passam o dia no hospital e pernoitam em casa.

De janeiro a agosto de 2012, a emergência do HSMM realizou 10.108 atendimentos.

Atualmente, além do HSMM, mais duas unidades atendem pacientes psiquiátricos em Fortaleza: Hospital Nosso Lar, privado, e Hospital São Vicente de Paulo, filantrópico.

Os critérios de internação são risco ao paciente, risco a terceiros, baixo suporte familiar e baixa adesão ao tratamento.
(situação financeira).

A esquizofrenia é o transtorno mental mais prevalente nas internações.

Jornal O POVO.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tratamentos psiquiátricos


Dicas sobre o tratamento psiquiátrico.
O tratamento psiquiátrico, do meu ponto de vista, começa mesmo antes de o paciente chegar. Apresentar um consultório aconchegante, agradável, com cores tranquilizantes, com decoração simples, ventilado, já é reconfortante para quem chega com qualquer tipo de sofrimento. A maneira como se é recepcionado, assim como a confiança do profissional que irá atender o paciente é um dos fatores observados pelos familiares e pelo próprio paciente na hora da consulta.
O tratamento psiquiátrico é o resultado final de uma consulta que demora conforme cada caso. Por isso é importante a coleta das informações a respeito da sintomatologia apresentada e o que motivou a consulta. Este processo é chamado de anamnese. Dados como antecedentes pessoais, dos familiares consanguíneos  exame físico, às vezes o exame neurológico, e por fim, o exame psíquico auxiliará o psiquiatra a interpretar todos estes dados levando-o à formulação de uma hipótese diagnóstica. Com isto pronto, a conduta médica ou tratamento terá início. É muito comum imaginar que o médico psiquiatra, por ser médico, já indicará o uso de alguma medicação. Isto não é de todo correto.
Algumas patologias têm a indicação de tratamento psicoterápico como o pilar do tratamento, enquanto que a medicação fica num segundo plano. Em casos moderados e/ou graves é evidente a necessidade da intervenção biológica do tratamento ou o uso de medicação psicotrópica ou mesmo a internação em clínica especializada. Casos como a "Depressão" utilizam-se antidepressivos e, algumas vezes e por um curto período de tempo, os benzodiazepínicos para reduzir a ansiedade (conhecidos como remédios de faixa preta). Nos casos de "Psicoses" utilizam-se os antipsicóticos. Nos quadros de "Ansiedade" é comum o psiquiatra optar pelo uso de antidepressivos em detrimento dos benzodiazepínicos pelo risco destes induzirem a uma dependência à medicação após longo período de uso.
É evidente que cada tratamento deve ser personalizado, pois o que pode dar certo num paciente pode não ser eficiente em outro. Isto não há como prever. Cada organismo reage de uma maneira diferente às substâncias utilizadas, assim só se saberá se o tratamento deu certo após algum tempo de uso da medicação, o que poderá variar conforme a substância. Por exemplo, os antidepressivos demoram em apresentarem seus efeitos terapêuticos, mas demonstram suas reações adversas com mais rapidez. Os benzodiazepínicos e antipsicóticos têm uma ação mais rápida.
Esclarecer ao paciente e seus familiares sobre os efeitos colaterais e terapêuticos, explicar com detalhes o quadro psíquico, assim como o plano de ação terapêutica é muito importante. Abordar os efeitos terapêuticos assim como os indesejados dos medicamentos é mais importante ainda.
Os pacientes nunca devem suspender ou descontinuar o seu tratamento sem orientação médica, mesmo que já estejam se sentindo bem. É comum a recaída ou recorrência do quadro quando isto não é realizado de maneira adequada comprometendo todo o tratamento. O custo direto (sofrimento pessoal) e indireto (sofrimento familiar, trabalho, p. ex.) das recaídas é muito alto. Somam-se a isto os sintomas de descontinuação produzidos pela falta da medicação.
 Vale lembrar que o folclore popular pode prejudicar o tratamento por deturpar informações ou fornecer concepções errôneas e preconceituosas comprometendo a aderência ao tratamento. Frases como: "uma conhecida de uma amiga minha tinha a mesma coisa..." já é uma indução à crendice. Cada caso é um caso. Esta é uma máxima da Medicina. Não existem casos iguais. O médico tem que estar preparado para não se deixar seduzir pelo desejo do paciente ou de seus familiares por soluções instantâneas ou mágicas. Isso não existe. Tudo é um processo que leva um tempo. Esse tempo varia de pessoa para pessoa.
Uma outra crendice é aquela onde se ouve: "você vai ficar dependente do remédio...". Ora, quando alguém tem pressão alta ou diabetes ninguém faz esse comentário, muito pelo contrário. Mas quando se trata de medicamentos psiquiátricos esta frase é muito comum ser ouvida. O remédio é uma necessidade para uma determinada situação, que tanto pode ser transitória ou permanente. O que vai determinar que o indivíduo tenha a possibilidade de voltar a ser àquela pessoa que era antes de ficar doente muitas vezes será o uso ou não da medicação, pelo tempo que for necessário. Isso não é dependência, é necessidade! È claro que ninguém gosta de tomar remédio, nem os médicos! O mal uso dos medicamentos, ou seja o seu uso sem necessidade alguma mesmo, isso sim pode levar a uma dependência que é mais psicológica do que outra coisa.
Sempre que houver alguma dúvida, anote e leve a seu médico na próxima consulta. Não tenha vergonha de perguntar, ele está ai exatamente para lhe esclarecer.
Nos dias atuais um tratamento psiquiátrico particular tem um custo muito elevado, isso faz com que muitas famílias acabem desistindo de tratamentos muito importantes. Agora isso não será mais preciso, pois existem alguns centros gratuitos que disponibilizam estes tipos de serviços.
Quem faz as sessões de psiquiatria é um médico que se especializou em psiquiatria que é o estudo da mente e de problemas que acometem o sistema nervoso central. Ele tem como objetivo a prevenção, diagnóstico e tratamento de transtornos mentais.
Algumas doenças mentais que este tipo de profissional atende são, por exemplo, depressão, esquizofrenia, transtornos bipolares e até mesmo transtornos por ansiedade. Assim o psiquiatra tem como principal objetivo aliviar e amenizar os sintomas e sofrimentos causados por determinada doença.
Para que então a população possa ter maior facilidade ao acesso á centros de tratamentos gratuitos, fundou-se o CAPs, que são os Centros de Atenção Psicossoal, estas são instituições extra-hospitalares disponibilizados de forma gratuita á toda a população.
Nestes centros você poderá contar com Terapeutas Ocupacionais, Enfermeiros, Psicólogos, Psiquiatras e Assistentes Sociais de prontidão para atender todas as necessidades de seus pacientes.
Estes centros estão espalhados por todo o território brasileiro, onde sua principal função é: prestar atendimento psiquiátrico diariamente, organizar a rede básica de atenção á saúde mental, dar apoio às pessoas com problemas mentais e dependentes juntamente ás suas famílias e por fim possibilitar á estas pessoas a reinserção social, inclusive para o trabalho.

















Clique na imagem para melhor visualização.