quinta-feira, 29 de março de 2012

Psiconeuroses e Neuroses


Descrição Geral

Sob esta denominação se reúne uma grande variedade de distúrbios. Estes atingem apenas uma parte da personalidade e não parecem afastar o paciente da realidade, nem afetar a consciência. Nestas desordens, certas tendências, comuns a todos nós, passam a dominar os atos e pensamentos do indivíduo, sem qualquer proporção com a importância relativa de tais tendências. As neuroses são muito comuns entre a população em geral, pois, durante a II Grande Guerra, cerca de 40 a 50% dos soldados dispensados das fileiras militares sofriam de distúrbios desse tipo. Apesar de essas manifestações serem muito generalizadas, apenas uma pequena percentagem de psiconeuróticos é internada nos hospitais psiquiátricos. Eles são, em geral, tratados em ambulatórios.

Causas 
A história pregressa do paciente geralmente revela mau ajustamento aos problemas da vida desde a infância, defeitos educacionais, conflitos no ambiente familiar. Há motivos para crer que a causa básica dessas perturbações resida num modo falho de encarar os desapontamentos e frustrações. A causa aparente é habitualmente algum acontecimento ou preocupação especial, como seja: preocupação econômica, conflitos religiosos, problemas sexuais, acidentes, doenças e coisas semelhantes.

Sintomas 
Em geral, esses pacientes estão constantemente preocupados e ansiosos, habitualmente conservam sua integridade psíquica e não sofrem delírios, mas são muito sugestionáveis; com frequência sentem-se compelidos a repetir alguma ação rotineira, constantemente, embora reconheçam a tolice do seu procedimento; ou talvez se vejam obcecados por um pensamento que não conseguem afastar; ou então se sentem continuamente oprimidos por um receio estranho e injustificado. 
Não apresentam sintomas físicos específicos, embora estejam com frequência debilitada devido à sua preocupação e ansiedade. Mencionaremos a seguir algumas das psiconeuroses e neuroses. 

Estado de Ansiedade, Neurose de Angústia - Preocupação contínua e extrema com algum problema, às vezes de pequena monta. Angústia e ansiedade manifestas. 

Histeria, Pitiatismo - O paciente aparenta os mais variados sintomas físicos, como paralisias, dores, impossibilidade de ação, perda da visão ou audição, ataques semelhantes aos epilépticos, atitudes teatrais, dramáticas, etc., sem que existam anomalias orgânicas correspondentes aos sintomas. Não se esqueça de que, nestes casos, o paciente sempre deseja uma plateia. Ele gosta de ser um "ator" diante dos seus "espectadores". 

Neurastenia - Fadiga ou exaustão nervosa, tanto do corpo como do espírito. Sintomas hipocondríacos. Queixas diversas a respeito dos diferentes órgãos. 

Psicastenia - Incapacidade de deixar de fazer ou pensar coisas desarrazoadas e desnecessárias. Sintomas mais de ordem psíquica. Ansiedade. Cansaço psíquico permanente. Dificuldade na execução do menor esforço intelectual.

Neurose Obsessivo-Compulsiva - Neste caso o doente se vê dominado por ideias fixas, tolas, que não consegue afastar do seu espírito por mais que se esforce, ou então se sente compelido a realizar atos pueris, inúmeras vezes (abrir e fechar portas, contar os degraus da escada, o número de passos que dá em determinada direção, etc.). É dominado por um “ritual”, do qual não se consegue libertar e se torna extremamente angustiado quando impossibilitado de executá-lo.

Tratamento
As pessoas com estas perturbações podem geralmente ajustar-se à vida, pois não sofreram dano, seja em sua personalidade, seja em seu psiquismo. Os casos mais graves, ou os que se encontram em fase aguda, são os que você irá encontrar nos hospitais psiquiátricos. É necessário tratar qualquer mal físico de que acaso sofra o paciente, mas o tratamento mais importante é o psicológico, com o objetivo de conseguir que o paciente veja claramente a natureza de suas dificuldades e encontre melhores meios de se adaptar à vida. Em geral, o estado mórbido se explica como uma fuga a certas situações, que o paciente teria de enfrentar se estivesse no seu estado normal. Ele necessita da oportunidade de encontrar incentivo em uma ocupação pela qual sinta inclinação, e de sentir-se bem em situações normais. A psicoterapia e a terapêutica recreativa e educacional devem sempre ser empregadas em seu tratamento. Qualquer paciente reeducável poderá ser reintegrado na vida normal. Atualmente, no tratamento desses pacientes, são muito utilizados o psicodrama e a "psicoterapia de grupo".

Como Cuidar desses Pacientes
Sendo perfeitamente normais sob muitos aspectos, não são eles difíceis de tratar; você precisa ter o cuidado de não atribuir à simples teimosia ou má vontade a sua incapacidade sob alguns aspectos. Estão realmente tão doentes quanto os cardíacos, por exemplo. Coopere para proporcionar ao paciente uma vida sã, com boa alimentação, exercício, ar fresco e descanso; faça tudo o que puder para que ele se distraia e aprecie a companhia dos demais. Evite excesso de cuidados e tratamentos desnecessários para não alimentar nele o desejo de atrair a atenção, e não consinta que ele fique só, concentrado em si mesmo. Empregue constantemente a sugestão positiva e trabalhe em uníssono com o médico, cooperando com o seu tratamento em todas as oportunidades. Como esses doentes procuram quase sempre reagir contra a influência do médico e granjear o apoio do auxiliar psiquiátrico para as suas ideias errôneas, você precisa ter cuidado no que lhes diz. Aprenda a ser um bom ouvinte, mas fale apenas quando tiver certeza de que o que está dizendo não prejudicará o trabalho do médico. Os neuróticos em sua maioria não necessitam de internação e são tratados em ambulatório.

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