O que é insônia?
Insônia é a condição
caracterizada por dificuldade em pegar no sono, continuar dormindo após pegar
no sono ou acordar muito cedo pela madrugada. Pessoas com insônia podem
apresentar cansaço e sonolência durante o dia, assim como dificuldade de
atenção e concentração na escola e no trabalho. A insônia pode afetar pessoas
de todas as idades.
A insônia pode ser classificada
como transitória, aguda e crônica.
- Transitória: dura até quatro
semanas;
- Aguda: dura de quatro semanas a
seis meses;
- Crônica: dificuldade para
dormir todas as noites ou a maior parte das noites por mais que seis meses;
Causas de insônia:
- Estresse: preocupações com
trabalho, família, saúde, escola podem impedir a pessoa de relaxar e conciliar
o sono;
- Problemas de relacionamento:
dificuldade nas relações afetivas;
- Ansiedade: ansiedade severa,
bem como ansiedade relacionada com o dia-a-dia, pode manter a pessoa alerta
causando dificuldades para dormir;
- Depressão: pessoas com
depressão podem dormir demais ou ter dificuldades para dormir;
- Uso de remédios: alguns
medicamentos podem causar insônia em algumas pessoas, dentre eles: remédios
para reduzir a pressão arterial; corticoides; antidepressivos; remédios para perder
peso; betabloqueadores; antialérgicos; remédios para gripe
(descongestionantes); remédios para asma;
- Fatores ambientais: barulho
(tráfego, aviões, televisão, fábrica); luz;
- Uso de certas substâncias contendo:
cafeína; álcool; nicotina;
- Irregularidade de horários:
mudanças de horário e períodos de trabalho, principalmente à noite, podem levar
à insônia. Estabelecer uma rotina é um fator importante para evitar a insônia;
- Inatividade física: pessoas com
estilo de vida sedentário podem apresentar dificuldades para dormir;
- Insônia secundária à doenças:
hipertireoidismo; dor crônica; dificuldades de respirar; desordens
gastrointestinais; hiperplasia prostática; apneia do sono; problemas
psiquiátricos; desidratação;
- Comer demais tarde da noite:
pode causar desconforto ao deitar o que dificulta a pessoa a pegar no sono;
O que se sente:
O principal sintoma é a
dificuldade de pegar no sono e/ou continuar dormindo, ou acordar no meio da
noite ou muito cedo pela manhã. Isto leva a uma diminuição no tempo e qualidade
do sono que, por sua vez, podem levar aos seguintes sintomas secundários:
- Levantar pela manhã sentindo-se
cansado;
- Sentir-se cansado ou sonolento
durante o dia;
- Apresentar problemas de
concentração;
- Sentir-se ansioso, irritadiço
ou deprimido;
Quando procurar o Médico?
O médico deve ser consultado
quando a insônia estiver interferindo no seu dia-a-dia por um mês ou mais. O
médico irá identificar as causas da insônia e como ela deve ser tratada.
Como a insônia é diagnosticada?
O médico normalmente diagnostica
insônia baseado na história médica e de sono do paciente, no exame físico e, se
a causa da insônia não for clara, pode fazer um estudo do sono do paciente que
é chamado de polissonografia.
Quais as complicações da insônia?
A boa qualidade do sono é tão
importante para a manutenção da saúde como é a boa alimentação e o exercício
físico regular. Independente da causa que leva a uma pessoa à insônia, dormir
menos e mal pode afetar o indivíduo física e mentalmente. O efeito é cumulativo
e pessoas que sofrem de insônia têm maior pré-disposição para desenvolver
doenças mentais, assim como doenças crônicas, tais como hipertensão e diabete.
Além disso, má qualidade do sono pode levar a acidentes sérios e fatais.
Como se trata a insônia?
- Mudanças de estilo de vida:
visa a produzir hábitos saudáveis que facilitem pegar no sono e continuar
dormindo, e evitem situações e substâncias que levam à dificuldade para dormir.
- Ter uma rotina que facilite o
relaxamento na hora de ir dormir. Inclui tomar um banho quente, ler, ouvir
música suave.
- Evitar exercícios, refeições
pesadas ou bebidas alcoólicas próximos da hora de dormir.
- Evitar luzes fortes, televisão,
computador, brincar com animais de estimação. São fatores de estímulo que
dificultam conciliar o sono.
- Ir dormir a mesma hora todas as
noites, e levantar no mesmo horário pela manhã.
- Modificações de horários e
períodos de sono são prejudiciais para a regularidade do sono.
- Terapias comportamentais:
ensinam modos de tornar o ambiente próximo à hora de dormir mais propício ao
sono. Estudos têm demonstrado que as terapias comportamentais podem ser tão
efetivas quanto os remédios para dormir. São ministradas por especialistas.
Elas podem também ser associadas com medicamentos prescritos pelo médico.
- Terapias de relaxamento: inclui
treino de relaxamento muscular, bi feedback, treinamento de descrição de
imagens e hipnose. Visam reduzir a ansiedade e a tensão no momento de ir
dormir.
- Controle de estímulos:
baseia-se no pressuposto de que a hora de dormir e o ambiente (quarto/cama)
ficam associados à dificuldade de pegar no sono e com o tempo tornam-se
referências que ajudam a manter a insônia. O objetivo do tratamento é
re-associar o ambiente e a hora de dormir a tentativas bem sucedidas de pegar
no sono.
- Restrição de sono: visa a
reduzir o tempo da pessoa na cama, adaptando o tempo de sono às necessidades
individuais. É feito um registro dos tempos de sono da pessoa por vários dias.
Com o passar do tempo, são feitas adaptações que tendem a aumentar o tempo
médio em que a pessoa dorme.
- Terapia
cognitivo-comportamental: tem por objetivo desfazer crenças e interpretações
sobre as reais necessidades de sono de cada indivíduo. Uma pessoa que necessite
de 7 h de sono por dia e que acredite que se não tiver 8 h não ficará bem, ao
tentar sistematicamente ter 8 h de sono pode estar criando um problema para si.
Medicamentos: Medicamentos para
insônia ajudam a conciliar o sono mas podem produzir sensação de sonolência ou
ressaca pela manhã. Médicos muitas vezes prescrevem remédios para dormir por
uma ou duas semanas para ajudar a estabelecer um esquema regular de sono. O
órgão regulador de medicamentos nos Estados Unidos (FDA) não aprova o uso continuo
e por longos períodos de muitos medicamentos para insônia.
O uso de remédios naturais não é
regulamentado devido a escassez de evidências científicas que dêem respaldo ao
seu uso. A melatonina é um desses medicamentos. A melatonina tem demonstrado
alguma efetividade na regularização do ciclo sono/vigília, porém faltam dados
definitivos com respeito a sua eficácia no tratamento da insônia.
A utilização de qualquer
abordagem para tratamento da insônia deve ser discutida com o seu médico.