quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Reação de Interrupção dos Antidepressivos


A interrupção dos antidepressivos pode trazer uma síndrome de abstinência há muito conhecida, mas pouco falada. A importância deste tema transcende a psiquiatria, pois estas medicações são usadas também com outras finalidades médico como antálgico, (Que combate a dor; analgésico por exemplo).
A incidência das reações de suspensão da medicação não é bem conhecida e não há consenso para se definir os limites desta síndrome. Há mais chances de ela ocorrer após um tratamento prolongado. Há um estudo realizado com a paroxetina: nele foi mostrado que após 12 semanas de tratamento, 35% dos pacientes tiveram por duas semanas sintomas de abstinência leves a moderados.
A reação de interrupção costuma iniciar-se logo depois da suspensão da medicação. Seu início é abrupto, pode durar de dias a poucas semanas, cedendo espontaneamente após isso. Os principais sintomas são: náuseas, dores abdominais, diarréia, insônia, pesadelos, sonhos vívidos, sudorese, letargia, cefaléia, ansiedade, irritabilidade, certo grau de distimia. Este quadro desaparece dentro de 24h após a reintrodução do respectivo antidepressivo.
Os inibidores da recaptação da serotonina provocam um quadro distinto, com tonteiras, sensação de leveza na cabeça, parestesias, sensação de surdez, sensações de choque elétrico.
A grande dificuldade no caso dos antidepressivos tricíclicos é saber se as queixas após a interrupção da medicação foram devidas a interrupção ou um recrudescimento do transtorno de antes do tratamento. A diferenciação é feita da seguinte maneira: a abstinência é limitada, após um período ela cede, enquanto os transtorno de ansiedade e depressão permanecem. A depressão é de recrudescimento lento, e a abstinência se inicia em 24h após a suspensão da medicação. Por outro lado a resolução da abstinência ocorre no dia seguinte a reintrodução da medicação, enquanto a depressão novamente é lenta, levando dias a semanas para responder a reintrodução da medicação.

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