domingo, 28 de agosto de 2011

DEPRESSÃO PÓS-PARTO


Atualidade: como tratar da depressão pós-parto
Estudos científicos do período do pós-parto foram negligenciados por décadas. O maior interesse surgiu do fato de que as mulheres têm uma chance duas vezes maior de terem depressão principalmente durante a vida reprodutiva e nos períodos de oscilações hormonais como o pré-menstrual, o pós-parto e a perimenopausa - período ao redor da menopausa, caracterizado pelas oscilações dos níveis hormonais e sintomas físicos/psíquicos como fogachos (ondas de calor), insônia, tristeza e irritabilidade, por exemplo.
Pesquisas epidemiológicas estimam que mais de 80% das mulheres vivenciam, durante os anos de vida reprodutiva, alguns sintomas depressivos associados aos períodos do pré e pós-parto. A própria Associação Psiquiátrica Norte-Americana (APA) reconhece que os transtornos de humor nestes períodos tenham características particulares. Embora a flutuação do humor possa ocorrer em até 80% das mulheres, apenas 10% a 20% efetivamente irão desenvolver algum transtorno do humor. Os quadros clínicos depressivos neste período são basicamente três com diferentes níveis de gravidade.
TRANSTORNO INCIDÊNCIA CURSO QUADRO CLÍNICO FATORES DE RISCO
BLUES (branda) 70-85% Dos primeiros dias até 10 a 14 dias após o parto Instabilidade do humor, choro fácil, irritabilidade e ansiedade Sintomas depressivos durante a gravidez, história de depressão e transtorno disfórico pré-menstrual - forma grave de TPM .
DEPRESSÃO PÓS-PARTO (DPP) 10% Do primeiro até o quarto mês do pós-parto, com a mesma duração de um episódio depressivo em outra fase da vida. Pode ou não coincidir ou se confundir com o hipotireoidismo pós-parto Humor deprimido, culpa, ansiedade, medo de causar sofrimento ao bebê e pensamentos obsessivos Depressão durante a gravidez, história de depressão (especialmente depressão pós-parto prévia), problemas conjugais, falta de suporte social e eventos estressantes durante a gravidez
PSICOSE PÓS-PARTO 0,1%-0,2% No primeiro pós-parto com duração variável de semanas a meses. Confusão, alucinações e mudanças rápidas de humor (da euforia para a depressão) São três fatores de risco:
Pessoas com histórico pessoal ou familiar de transtorno bipolar do humor
Episódio prévio de psicose (por exemplo em uma gestação anterior);
Ser primípara (primeiro filho)
O que pode causar esses quadros no pós-parto?
A gravidez e o parto exercem efeitos psicológicos, fisiológicos e endocrinológicos sobre o corpo e a mente da mulher. Muitos estudiosos tentam comprovar que as alterações hormonais do período sejam as responsáveis pelos quadros clínicos. Porém, a relevância dessas questões biológicas, para o ser humano, ainda merecem melhores estudos e elucidações.
Por exemplo, embora alguns autores tenham tentado estabelecer uma correlação entre os hormônios femininos (estrogênio e progesterona), além da prolactina, para os quadros de blues, até o presente momento tudo ainda é inconsistente. Outros autores tentaram estabelecer uma correlação entre o aumento dos níveis de cortisol plasmático (hormônio do estresse) e os quadros de depressão pós-parto ou blues, porém, tais resultados também são inconclusivos.
Alterações tireoidianas podem contribuir para o surgimento/agravamento dos transtornos de humor. Alguns autores sugerem uma disfunção da glândula tireoide, disfunção esta temporária, que pode estar associada aos quadros de DPP. Porém, outros estudos também não confirmam tais achados.
A diminuição abrupta dos hormônios gonadais (estrogênio e progesterona), em mulheres sensíveis às mesmas, pode causar quadros psíquicos no pós-parto. O mesmo se refere aos mensageiros químicos cerebrais. Por exemplo, aventa-se a hipótese de que mulheres com quedas maiores de beta-endorfinas (analgésicos naturais), no pós-parto, possam ser mais vulneráveis ao desenvolvimento de quadros depressivos. Porém, a hipótese da sensibilidade individual diferente a todas as alterações fisiológicas, hormonais ou de moduladores químicos, que ocorrem em todas as mulheres neste período, parece ser a mais aceita.
Portanto, embora uma conclusão definitiva ainda esteja longe de ser estabelecida, parece que os quadros puerperais são decorrentes de uma resposta individual anormal às variações hormonais e não das mudanças hormonais propriamente ditas.
Fatores de risco
Diversos fatores de risco têm sido associados ao surgimento desses quadros, no pós-parto e podem ser incluídos nas seguintes categorias:
Fatores estressantes socioeconômicos
História psiquiátrica
História psiquiátrica familiar
Traços de personalidade (ansiosos obsessivo-compulsivos, ansiosos, etc..)
Fatores estressantes socioeconômicos incluem:
- Falta de suporte social
- Eventos de vida negativos
- Instabilidade empregatícia
- Inexperiência com crianças
- Gravidez não planejada
- Pessimismo pré-natal (por exemplo, mães com abortamentos espontâneos prévios)
- Relações conjugais precárias ou falta de companheiro estável
- Relações precárias entre a paciente e a mãe
- Multiparidade (mais de um filho)
Muito cuidado se deve ter com a interrupção de tratamentos psiquiátricos durante a gestação.
Novas classificações sendo avaliadas para transtornos mentais do pós-parto
O nascimento é um fenômeno complexo em termos de psicologia.
Fatores biológicos, psicológicos e sociais interagem entre si.
Mães com partos recentes são vulneráveis a um amplo espectro de transtornos psiquiátricos.
A classificação atual ainda utilizada, parece defasada e com os dias contados, segundo novos estudos científicos. Ou seja, o "blues", a depressão pós-parto e a psicose puerperal devem dar lugar a uma nova e revolucionária classificação, de quatro partes provavelmente, que estará presente no futuro CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) e DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico em Saúde Mental), a serem implementados entre 2009-2010 no mundo. O modelo atual, embora importante, é insuficiente para explicar a grande variedade, heterogeneidade e complexidade de todos os quadros clínicos do pós-parto que observamos nas mulheres atendidas no Pró-Mulher (IPq-HC-FMUSP) e em outros centros mundiais voltados à saúde mental da mulher.
Proposta atual de reclassificação dos quadros psiquiátricos do período pós-parto
1) Psicoses, incluindo a orgânica, a psicogênica - de origem psicológica (relacionada a um estresse severo, como o ciúmes doentio do marido com o nascimento do bebê) e a bipolar, esta última a mais frequente);
2) Transtornos do relacionamento mãe-bebê, que são frequentes em 10%-25% das mulheres, e que podem levar à rejeição da criança, aos maus tratos e até infanticídios descritos. Aqui o foco afetivo é diferente daquele relacionado à depressão propriamente dita. Isso ainda é ignorado ou subestimado na medicina.
3) Depressão: Este conceito é importante por questões legais, porém, do ponto de vista médico está mais enfraquecido, já que a associação entre depressão e puerpério é fraca. Não há uma diferença significativa de depressão entre o período do pós-parto e outros períodos de vida da mulher. As mulheres, com depressão pós-parto, formam um grupo heterogêneo. Algumas têm, na realidade, ansiedade, transtorno obsessivo e transtorno do estresse pós-traumático. Muitas já tiveram outros episódios de depressão, em momentos anteriores de suas vidas.
4) Sintomas resultantes de:
a) Fatores estressores durante o parto (transtorno do estresse pós-traumático)
b) Transtornos de ansiedade específicos, mais frequentes que a depressão, porém pouco enfatizados e valorizados ainda. Por exemplo, 10% das mulheres têm início de transtorno do pânico em tal período.
c) Obsessões de machucar a criança ou outras preocupações mórbidas.
Portanto, por conta da diversidade da doença mental no pós-parto, dos riscos ao recém-nascido e à própria mãe, intervenções mais eficazes, incluindo as profiláticas, são necessárias, com classificações e diagnósticos psiquiátricos mais adequados. Os dias dos atuais manuais diagnósticos e classificatórios em saúde mental realmente parecem contados. A futura versão dos atuais  CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) e DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico em Saúde Mental, da Associação Psiquiátrica Americana) devem sofrer uma revolução, no que tange aos transtornos psíquicos do pós-parto, com mudanças significativas.
A relação entre mãe-filho deve ser preservada, até mesmo durante uma internação eventual, com assistência de uma equipe multidisciplinar. A prevenção parece ser a grande chave do tema, embora ainda seja um tema em discussão ampla.
Tratamentos
O tratamento deve ser individualizado de acordo com a gravidade clínica.
A primeira opção é a prevenção. Isso é suficiente para a maior parte dos quadros psiquiátricos do pós-parto. Estudos recentes identificaram a existência de medidas pré e pós-parto eficazes na redução do número de mulheres "de maior risco". Após a identificação de tais subgrupos de mulheres, deve-se oferecer educação, psicoterapia de apoio e até medicação quando bem indicada e orientada. Qualquer tratamento deve envolver equipe multidisciplinar, com o obstetra, o psiquiatra e o psicólogo. O enfoque é sempre o biopsicossocial, como em todos os transtornos mentais. Pais e familiares devem também ser orientados. Nunca devemos nos esquecer dos aspectos da vida do casal e das próprias expectativas de mudanças da vida social que podem intimidar ou assustar algumas futuras mamães. A reposição hormonal com estrogênio em altas dosagens ainda requer melhor comprovação científica.
Portanto, o tratamento psiquiátrico das mulheres neste período é complexo. Quando a medicação for extremamente necessária, devem ser tomados alguns cuidados fundamentais:
1º) Todas as medicações administradas às mães durante a lactação, podem ser excretadas no leite materno. A quantidade observada no leite materno, entretanto, é geralmente pequena e considerada de risco mínimo para o bebê.
2º) A exposição ao agente psicotrópico (medicação) também pode ser minimizada se a mãe ingerir o medicamento logo após completada a amamentação. Os psicofármacos (antidepressivos) tendem a se concentrar no leite materno obtido entre 7 e 10 horas após a sua ingestão. O leite obtido neste período deve ser descartado.
3º) Entre os medicamentos considerados mais seguros estão tanto os antidepressivos tricíclicos (mais antigos como anafranil, pamelor), quanto os inibidores seletivos da recaptura de serotonina (Prozac, Zoloft, Cipramil, etc).
4º) "Calmantes", como Lorax, Valium, Lexotan não são indicados. Podem ocorrer sintomas de abstinência no bebê (agitação, insônia, tremores e até convulsões).
5º) A relação risco-benefício sempre deve ser respeitada na escolha dos medicamentos. O uso de medicamentos deve ser reservado para as situações onde a exposição da mãe e do bebê à doença oferecem maiores riscos que a exposição à medicação. A prescrição deve ser feita por especialistas.
Outro tratamento para depressão moderada ou grave do pós-parto a ser testado em breve na USP, pelo Dr. Marcolin (em parceria com o Pró-Mulher), será o de estimulação magnética transcraniana (EMT). Tal técnica, se eficaz, será muito benéfica, pois não tem efeitos colaterais. A estimulação magnética transcraniana (EMT) é uma técnica de estimulação cerebral não-invasiva, foi reintroduzida e desenvolvida para o diagnóstico de transtornos neurológicos, pois induz respostas motoras pela estimulação magnética do córtex motor diretamente.




sexta-feira, 26 de agosto de 2011


Mostraremos a verdade da saúde mental no Brasil                                      
ABP
“Uma mentira muitas vezes repetidas torna-se verdade”. A célebre frase de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler, pode muito bem ser aplicada à saúde mental no Brasil. Sob a fachada de uma suposta humanização, há dez anos, a maioria dos leitos psiquiátricos foram fechados, mas em vez de oferecer tratamentos psiquiátricos modernos, o governo federal tem cortado, em média, R$ 2 bilhões por ano das verbas para doenças mentais e lançado programas superficiais, sem a presença de psiquiatras. Mesmo assim, o que se apregoa é de que a saúde mental está sendo cuidada. Ainda este mês, o Ministério da Saúde habilitou mais 26 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) em 12 estados, completando um total de 1.650 em todo o Brasil. Um número insuficiente para a quantidade de pacientes que necessitam de tratamento. Para o Ministério da Saúde,46 milhões de pessoas, necessitam ou vão necessitar de atenção e atendimento em algum tipo de serviço em saúde mental.
Sem uma política adequada, o resultado que se vê, é uma legião de doentes, com quadros mentais graves, perdidos pelas ruas, vivendo sob os viadutos do país, ou encarcerados nos presídios. Em 8 anos, 18 mil leitos psiquiátricos foram fechados sem que fosse dada outra alternativa para os doentes mentais. São 16,5 milhões de brasileiros que necessitariam de internações, principalmente esporádicas. Dados do próprio Ministério da Saúde indicam que têm morrido mais doentes mentais no Brasil, depois da desativação dos leitos psiquiátricos nos hospitais, ainda assim, o que se divulga é que a política de saúde mental no país vai bem.
A propaganda alardeada pelos defensores da luta antimanicomial é de que os manicômios são desumanos, fato com que a Associação Brasileira de Psiquiatria também concorda, mas daí a retirar qualquer possibilidade de uma assistência humanizada, não podemos concordar. Precisamos de hospitais psiquiátricos de qualidade que possam atender os pacientes que necessitam de tratamento adequado. O que vemos são muitos dando palpites e poucas ações dando resultados efetivos. E para desmistificar essa “mentira que virou verdade”, a diretoria da ABP não está medindo esforços. Para esclarecer a opinião pública do verdadeiro quadro com que hoje convivemos na saúde mental, estamos indo a audiências públicas na Câmara dos Deputados e no Senado, participando de debates e seminários, seja em escolas ou universidades, promovendo encontros com secretários estaduais e municipais de saúde, além de reuniões com promotores do Ministério Público de vários estados, na tentativa de reduzir a judicialização da saúde, uma vez que atendimentos e medicamentos para os doentes mentais só se consegue via judicial.
O papel da Associação Brasileira de Psiquiatria é contribuir, de maneira eficiente, para a elaboração de uma política pública de saúde mental de qualidade e garantir o aperfeiçoamento do sistema médico assistencial, orientando a sociedade quanto aos problemas de assistência, e da necessidade de preservação e recuperação da saúde mental no Brasil. Os cinco mil psiquiatras que fazem da ABP uma entidade reconhecida e de credibilidade, também estão contribuindo nessa empreitada.
Estamos nos empenhando junto aos Três Poderes para que os doentes mentais do Brasil tenham um atendimento de qualidade e que nós, psiquiatras, possamos exercer nossa função. Com todo esse esforço, estamos certos de que conseguiremos mostrar a verdade.
Antônio Geraldo da Silva
Presidente da ABP

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Doenças e Sentimentos

Doenças causadas por sentimentos.

Segundo a psicóloga americana Louise l. Hay, todas as doenças que temos são criadas por nós. Afirma ela, que somos 100% responsáveis por tudo de ruim que acontece no nosso organismo. Todas as doenças tem origem num estado de não-perdão, diz Louise L. Hay. Sempre que estamos doentes, necessitamos descobrir a quem precisamos perdoar. Quando estamos empacados num certo ponto, significa que precisamos perdoar mais. Pesar, tristeza, raiva e vingança são sentimentos que vieram de um espaço onde não houve perdão. Perdoar dissolve o ressentimento.
A seguir, você vai conhecer uma relação de algumas doenças e suas prováveis causas, elaboradas pela psicóloga Louise. Reflita, vale a pena tentar evitá-las:
DOENÇAS/CAUSAS
AMIDALITE: Emoções reprimidas, criatividade sufocada.
ANOREXIA: Ódio ao externo de si mesmo.
APENDICITE: Medo da vida. Bloqueio do fluxo do que é bom.
ARTERIOSCLEROSE: Resistência. Recusa em ver o bem.
ARTRITE: Crítica conservada por longo tempo.
ASMA: Sentimento contido, choro reprimido.
BRONQUITE: Ambiente familiar inflamado. Gritos, discussões.
CÂNCER: Mágoa profunda, tristezas mantidas por muito tempo.
COLESTEROL: Medo de aceitar a alegria.
DERRAME: Resistência. Rejeição à vida.
DIABETES: Tristeza profunda.
DIARRÉIA: Medo, rejeição, fuga.
DOR DE CABEÇA: Autocrítica, falta de autovalorização.
DOR NOS JOELHOS: medo de recomeçar, medo de seguir em frente.
ENXAQUECA: Raiva reprimida. Pessoa perfeccionista.
FIBROMAS: Alimentar mágoas causadas pelo parceiro (a).
FRIGIDEZ: Medo. Negação do prazer.
GASTRITE: Incerteza profunda. Sensação de condenação.
HEMORRÓIDAS: Medo de prazos determinados. Raiva do passado.
HEPATITE: Raiva, ódio. Resistência a mudanças.
INSÔNIA: Medo, culpa.
LABIRINTITE: Medo de não estar no controle.
MENINGITE: Tumulto interior. Falta de apoio.
NÓDULOS: Ressentimento, frustração. Ego ferido.
PELE (ACNE): Individualidade ameaçada. Não aceitar a si mesmo.
PNEUMONIA: Desespero. Cansaço da vida.
PRESSÃO ALTA: Problema emocional duradouro não resolvido.
PRESSÃO BAIXA: Falta de amor quando criança. Derrotismo.
PRISÃO DE VENTRE: Preso ao passado. Medo de não ter dinheiro suficiente.
PULMÕES: Medo de absorver a vida.
QUISTOS: Alimentar mágoa. Falsa evolução.
RESFRIADOS: Confusão mental, desordem, mágoas.
REUMATISMO: Sentir-se vitima. Falta de amor. Amargura.
RINITE ALÉRGICA: Congestão emocional. Culpa, crença em perseguição.
RINS: medo da crítica, do fracasso, desapontamento.
SINUSITE: Irritação com pessoa próxima.
TIRÓIDE: Humilhação.
TUMORES: Alimentar mágoas. Acumular remorsos.
ÚLCERAS: Medo. Crença de não ser bom o bastante.
VARIZES: Desencorajamento. Sentir-se sobrecarregado.