sexta-feira, 18 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
CAPS em Movimento...
Mudança e transformação traduzem o sentido da vida. O novo é uma necessidade que se impõe a cada minuto. Porém, o caminho para este novo causa perdas e, somente superando o medo e a dor da perda, a mudança nos coloca de frente com o maior espetáculo da vida: "o viver" !
O CAPS tem passado por algumas mudanças e transformações, mesmo com dificuldades estamos buscados dar melhor contidições aos nossos pacientes. Começamos essa semana a pitura de nosso muro com grafitagem vai ficar muito bacana.
A Terapia Ocupacional - TO com a Drª Rejane, já começou a recortar e confeccionar a decoração do nosso Caps para entrarmos no clima junino e Copa do Mundo.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Saúde Mental ( Publicação Diário do Nordeste dia 23/5/2010).
Reduzir leitos psiquiátricos, mas com reposição de vagas.
Por falta de atendimento, a Lei da Reforma Psiquiátrica ainda não alcançou tratamento digno
Todos somos cidadãos e temos direito à dignidade, inclusive quem ultrapassa a linha da sanidade. Em defesa dessa afirmação, os tradicionais manicômios, que serviam para abrigar pessoas que passam por sofrimento psíquico utilizando o isolamento social e uma forma desumana de tratamento, hoje, não são mais considerados o modelo ideal de atenção.
Com a reforma psiquiátrica, alicerçada pela Lei 10.216/2001, leitos em hospitais psiquiátricos estão sendo extintos para dar lugar a tratamentos em locais como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Centros de Convivência e Residências Terapêuticas.
A lei entende que as internações prolongadas não levam o paciente à cura, não lhe possibilitam uma vida digna. Pelo contrário, segregam. O modelo ideal, segundo o professor de Psiquiatria do Universidade Federal do Ceará (UFC), Antônio Mourão, é o que articula toda a rede de saúde mental.
Distorcida.
Contudo, a reforma costuma ser interpretada de maneira distorcida, quando restringe a assistência em regime de internação ao portador de transtorno mental, quando indicada. Além disso, nem sempre as unidades alternativas de tratamento atendem à demanda ou possuem estrutura adequada.
De acordo com o diretor-geral do Hospital de Saúde Mental de Messejana (HSMM), Marcelo Theophilo Lima, há casos que podem ser resolvidos na atenção primária, outros na rede secundária, mas também existem pessoas que necessitam de internação em hospital e que vão ficar sem atendimento com a redução das vagas.
"O que falta é vencer o preconceito presente nos hospitais clínicos que faz com que essas unidades não recebam pacientes com transtornos mentais", salienta Lima. Para o presidente da Sociedade Cearense de Psiquiatria (Socep), José Alves Gurgel, a solução não está em extinguir as unidades em hospitais psiquiátricos, mas melhorá-las. Gurgel é contra a redução desses leitos. "É preciso que haja a substituição das vagas nos hospitais gerais", acrescenta.
Isso porque as unidades para tratamento de transtornos mentais disponíveis no Ceará são insuficientes. Somente 93 Caps atendem em todo o Estado e apenas 14 em Fortaleza. "Um Caps é para uma demanda de 50 mil habitantes e não de 200 mil", ressalta o presidente.
No HSMM, único hospital público do Ceará que recebe pacientes com distúrbios mentais, são 160 leitos psiquiátricos masculinos e femininos e 20 para desintoxicação de álcool e drogas, número considerado pequeno para a demanda.
"Fora isso, o atendimento do PSF (Programa Saúde da Família) é precário. É preciso aumentar a quantidade de Caps para que os pacientes não entrem em crise e não precisem de internação", sugere José Alves Gurgel. A estrutura também não é satisfatória. Normalmente, faltam medicamentos nos centros, como informa o diretor-geral do HSMM. "Assim, os pacientes são despachados para o hospital para receber os remédios".
Além disso, a Rede de Atenção em Saúde Mental do Município de Fortaleza tem funcionamento desarticulado, como informa o diretor, impedindo que o tratamento dos pacientes tenha continuidade e eficácia. "Isso é causa de repetidas internações com elevados custos sociais para pacientes e familiares, e financeiros para o Sistema Único de Saúde (SUS)", lembra.
De acordo com a integrante do Colegiado de Saúde Mental do Município, Rane Félix, a partir de 2001, ano de sanção da Lei da Reforma Psiquiátrica, a Saúde Mental de Fortaleza tem passado por mudanças estruturais. Mas foi em 2005 que o Município ampliou a cobertura de atendimento. "Hoje, temos 14 Caps, entre eles, os do tipo II, álcool e drogas e infantis. Há, ainda, 32 leitos em uma unidade de saúde mental em hospital geral". Atualmente, a gestão municipal prepara a ampliação da Rede de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas, pela implantação de dois Caps AD (Álcool e Drogas), com funcionamento 24h, segundo Rane Félix. "Mas também se estuda a ampliação do horário de atendimento nos Caps gerais. A meta é transformar um Caps AD e um geral em tipo III", informa.
Leitos
Além disso, a coordenadora acrescenta que leitos para atendimentos em saúde mental serão criados nos oito hospitais distritais. Ainda serão implementadas vagas para usuários de drogas e álcool por meio do Serviço Hospitalar de Referência em Álcool e Outras Drogas, na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, destinadas para tratamento da intoxicação, abstinência e complicações.
CAPS - 14
É o número de Centros de Atendimento Psicossocial presentes em Fortaleza. Desses, seis são gerais, seis AD e dois infantis, distribuídos entre as seis Regionais da Cidade. 93. Caps estão presentes nos municípios do Estado do Ceará, dos quais 40 são do tipo I, 27 do tipo II, três do tipo III, seis infantis e 17 Álcool e Drogas. Em todo o Brasil, são 1.502 centros
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Modelo atual é ideal se tiver mais estrutura
Antônio Mourão*
Professor de Psiquiatria da UFC
A luta antimanicomial fez com que os hospitais psiquiátricos deixassem de funcionar como verdadeiros depósitos humanos. O propósito da reforma é que a saúde mental deixe de ser hospitalocêntrica para se tornar uma rede composta por uma série de estruturas fundamentais para o tratamento das pessoas com transtornos mentais. Primeiro, os postos detectam possíveis problemas. Em seguida, as pessoas são encaminhadas para os Caps a fim de serem acompanhadas por psiquiatras. Lá, têm atividades em grupo e recebem assistência. Os mais graves precisam ser internados.
O modelo que vem sendo pregado pela reforma psiquiátrica é o ideal, se for acompanhado de uma estrutura adequada. É preciso, por exemplo, que cada hospital geral tenha uma unidade especializada no tratamento de doentes mentais. Crianças com problemas de drogas não devem ser atendidas junto com os jovens ou com outras crianças com problemas mentais.
O problema é que a Rede de Saúde Mental do Município não conta com recursos financeiros nem humanos. Os Caps, por exemplo, não têm psiquiatras. Os profissionais que atendem nas unidades são terceirizados, sem vínculo com a Prefeitura de Fortaleza. Isso facilita o tráfico de influência politiqueira. No Interior do Estado, é ainda pior. Lá, são as enfermeiras que passam os remédios para os pacientes.
Quanto à estrutura física, os prédios dos Caps são alugados, muitos têm estrutura antiga que foi adaptada, apresentando problemas de eletricidade e segurança. Mesmo com precariedade, os centros funcionam, mas a demanda tem aumentado.
SAÚDE MENTAL
Conferência vai discutir oportunidades de melhoria
Na semana em que se comemorou o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, a discussão sobre a efetiva implementação da Lei da Reforma Psiquiátrica vem à tona. No Brasil, quase 60 mil pessoas ainda continuam presas em hospícios.
Na tentativa de discutir a saúde mental no País, será realizada, em julho próximo, a Conferência Nacional de Saúde Mental. O Ceará, que conta com a lei estadual Mário Mamede pela extinção progressiva dos hospitais psiquiátricos e substituição por uma rede extra-hospitalar de atendimento, ainda precisa avançar muito a fim de melhorar a rede de saúde mental.
Para tanto, propostas serão levadas à conferência, como a ampliação do funcionamento dos Caps; a criação de leitos de desintoxicação e psiquiátricos em hospitais gerais; a transformação dos Caps II em III, com a presença obrigatória do psiquiatra; o aumento da sociabilidade como forma de tratamento nas unidades; e a contratação de profissionais concursados a fim de evitar a rotatividade.
"É preciso que os locais de atenção à saúde mental passem a contar com assessoria jurídica e departamentos de direitos sociais e previdenciário a fim de garantir os benefícios das pessoas com transtornos mentais", acrescenta a coordenadora do Fórum Cearense da Luta Antimanicomial, Núbia Caetano.
A Sociedade Cearense de Psiquiatria (Socep) defende, com ênfase, a criação de ambulatório especializado de Psiquiatria também em Serviços de Assistência Médica Especializada, como as policlínicas e os centros de especialidades médicas, com o objetivo de prestar assistência aos portadores de transtornos mentais não-psicóticos.
Fora isso, implantação de ambulatório especializado em dependentes químicos nos hospitais gerais é outra proposta. "Que se criem leitos para pacientes com transtornos mentais em hospitais infantis, equipes similares às dos Caps para a população prisional e, ainda, que se melhore a situação dos manicômios judiciários", diz o presidente da Socep, José Alves Gurgel.
Boa parte dos pacientes com problemas psíquicos acabam sendo encaminhados para o Hospital de Saúde Mental de Messejana, até mesmo os que não precisam de internação. Mas a estrutura da unidade já não comporta tanta gente. Muitos são obrigados a esperar por uma vaga.
Dependente químico
O serralheiro Francisco Coelho da Costa, dependente químico, já ficou internado por 15 dias na Unidade de Desintoxicação do HSMM e recebeu alta. Porém, como conta, teve recaída e precisou ser internado novamente. "Quero ficar no Hospital de Messejana porque, nos outros, a droga entra. Já estive no São Vicente de Paulo e fui maltratado lá. Também já procurei os serviços do Caps, mas eles me mandaram para cá", explica.
De acordo com Francisco, que é de Crateús, ele já vendeu tudo para pagar dívidas de drogas e a sua mulher o abandonou. "Quero ficar bom", diz.
A estudante Raquel de Araújo diz gostar de ficar no HSMM. Ela, que sofre de transtorno bipolar afetivo, já frequentou o Caps de Messejana, mas a necessidade era de internação. "Agora já estou boa. Vou sair na próxima semana e fazer até faculdade", comemora.
FIQUE POR DENTRO
Legislação
A Lei 10.216, da Reforma Psiquiátrica, sancionada em 6 de abril de 2001, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Os direitos são assegurados sem qualquer forma de discriminação. São eles: ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, ser tratado com humanidade e respeito, ser protegido contra abuso e exploração, ter sigilo e direito à presença médica. A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. O tratamento visará à reinserção social do paciente em seu meio. É vedada a internação de pessoas portadoras de transtornos mentais em instituições com características asilares.
LINA MOSCOSO
REPÓRTER
terça-feira, 1 de junho de 2010
O que é Doença Mental?
O que é Doença Mental?
Popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com seu comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências sócio-culturais como, por exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc.
Medicamente, entretanto, Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive.Organização Mundial de Saúde diz que o estado de completo bem estar físico, mental e social define o que é saúde, portanto, tal conceito implica num critério de valores (valorativo), já que, lida com a idéia de bem-estar e mal-estar.
2. – Como posso saber o que é e o que não é normal em psiquiatria?Quem é louco ou quem é normal é um assunto que tem estimulado discussões infindáveis. Muitas vezes as pessoas afirmam, num desabafo e por razões pejorativas, que “fulano é louco”. Fazem isso não com intenção de atribuir um diagnóstico, como fariam com outra doença, como por exemplo “fulano é diabético”, mas com intenções francamente ofensivas.vezes, de acordo com certas conveniências, as pessoas lançam mão da retórica cansativa sobre a impossibilidade de rotular-se alguém de louco, uma vez que a definição do normal é imprecisa. Mas isso é mentira.
Pelo critério estatístico, normal seria o mais freqüente, numericamente definido, aquilo que é compatível com a maioria. Em medicina, de um modo geral, ao se estabelecer a dosagem normal de glicose no sangue das pessoas, verificou-se a média das dosagens num grupo de indivíduos tomando-a como padrão de normalidade. Da mesma forma como se fez com tantos outros parâmetros antropológicos de normalidades: pulsação, tensão arterial, correspondência peso-altura, duração do ciclo menstrual, acuidade visual, etc.
Este critério estatístico tem um valor complementar e deve servir apenas como um parâmetro de não-normalidade, mas não significa, obrigatoriamente, doença. O termo DOENÇA, por sua vez, implica sempre em prejuízo e morbidade, portanto, precisamos, depois de utilizarmos o critério estatístico, do chamado critério valorativo.
A gravidez de gêmeos, por exemplo, embora não seja estatisticamente normal, jamais poderá ser considerada doença porque lhe falta o critério valorativo.Pelo critério valorativo podemos considerar que, em não havendo prejuízo ao indivíduo, ao seus semelhantes e ao sistema sócio-cultural, toda tentativa de destacar-se dos demais deverá ser sadia e desejável. Interessa, ao critério valorativo, o VALOR que o sistema sócio-cultural atribui à maneira do indivíduo existir. Mas podemos confundir este valor, o qual emana do sistema sócio-cultural, como sendo uma pretensa e exclusiva atribuição tirânica de fiscalização das normas, como sugere o discurso da antipsiquiatria, devemos considerar o sistema sócio-cultural como alguma coisa muito abrangente; os valores abrangem desde as concepções éticas, estéticas, morais, até as concepções científicas e fisiológicas que este mesmo sistema reconhece como válidos.
3. – As Doenças Mentais têm “cura” ou só podemos falar em controle?
As Doenças Mentais têm cura tanto quanto as doenças da cardiologia, da endocrinologia, da reumatologia, da neurologia e assim por diante. A medicina tem como primeira obrigação definir se a pessoa que a procura É ou ESTÁ doente. Se estiver doente, a possibilidade de cura definitiva é enormemente maior do que nos casos da pessoa ser doente.
Citamos outras especialidades médicas para que se compare os problemas da psiquiatria com, por exemplo, a hipertensão arterial; quando, exatamente, podemos falar em cura da hipertensão arterial? Quando, exatamente, podemos falar em cura da diabetes? Do reumatismo? Da asma?, podemos ver que a medicina está cheia de situações onde, felizmente, podemos controlar a pessoa portadora de alguma doença para que viva o mais próximo possível do normal. Em outros casos podemos falar em cura, como por exemplo, na pneumonia (e outras infecções), na cólica de rins, na diarréia... etc. São situações onde a pessoa ESTÁ doente.
Doenças Mentais mais atreladas à maneira da pessoa ser, mais inerentes à sua personalidade, podem ser muito bem controladas pela psiquiatria, enquanto as situações reativas, onde a pessoa apresenta uma alteração repentina em seu psiquismo, podemos falar mais facilmente em cura definitiva.
Para entender as Neuroses.
4. – Quais as diferenças entre Neuroses e Psicoses?A grosso modo, podemos dizer que Neuroses são alterações quantitativas dos fenômenos psíquicos, capazes de produzir sofrimento e/ou prejuízo na maneira da pessoa viver. Isso significa que os neuróticos não apresentam nenhuma novidade ou nenhuma característica psíquica que não exista nas pessoas normais em quantidades mais adequadas. Ansiedade, angústia, sentimentos depressivos, idéias com tendência obsessivas, teatralidade, medo, etc, são ocorrências psíquicas normais mas nos neuróticos elas estariam exageradamente (quantitativamente) alteradas.
Por outro lado, podemos dizer que Psicoses são alterações qualitativas dos fenômenos psíquicos, capazes de produzir sofrimento e/ou prejuízo na maneira da pessoa existir. Nesse caso, as pessoas normais não costumam apresentar os fenômenos psíquicos dos psicóticos, mesmo em quantidades menores. Nenhum normal sente um pouquinho de perseguição, paranóia, catatonia, confusão mental, delírios e alucinações primárias... etc.
5. – Quais as causas das Doenças Mentais?
Assim como as demais doenças, podemos dizer que para se desenvolver uma Doença Mental há necessidade, no mínimo, de 2 fatores; a disposição pessoal para a doença e dos agentes ocasionais.
Disposição Pessoal Original.
A disposição pessoal do indivíduo diz respeito a seus Traços de Personalidade, suas características constitucionais. Por constituição devemos entender a configuração permanente do indivíduo, tal como seu fenótipo, ou seja, uma somatória dos elementos genéticos com os elementos acoplados à sua pessoa durante seu desenvolvimento. Fenótipo = Genótipo + Ambiente.
A constituição vai além do genético, como se entende no exemplo de uma pessoa nascida com malformações decorrentes da toxoplasmose congênita. Tais manifestações, embora constitucionais, não podem ser consideradas genéticas, não aparecem nos genes dos ancestrais mas, serão constitucionais.
A disposição psíquica pessoal básica tem lugar nos momentos mais precoces da vida, constituindo a marca característica e perene do relacionamento da pessoa com o ambiente e consigo própria, constituindo a maneira do indivíduo contactar e reagir ao mundo objectual. A este ser, dotado geneticamente de um conjunto de Traços pessoais e de uma série de outras características psíquicas adquiridas durante seu desenvolvimento precoce através da complacência de seus genes, podemos atribuir uma certa Disposição Pessoal Originária, a qual, favorecerá ou não, o desenvolvimento da Doença Mental.
Entram na Disposição Pessoal Original também, todos os perfis constitucionais, tais como suas características metabólicas, endócrinas, neurológicas, etc.
Agentes Ocasionais.
Aqui entram os fatores psicogênicos que a existência oferece para o indivíduo, ou conforme diz o DSM-IV, tratam-se dos estressores psicossociais. Estes agentes ocasionais são as vivências mais significativas que colocam em risco a adaptação do indivíduo ao mundo e consigo próprio. São as ameaças ao desequilíbrio de relacionamento da pessoa com sua existência, ameaças capazes de comprometer a relação de ajustamento do sujeito com seu mundo objectual.
O fato de uma experiência ocasionar um conflito psicotraumático relaciona-se com a Personalidade global, a qual, em virtude de suas peculiaridades pode vir a ser perturbada por um determinado traumatismo psíquico. As vivências, em si, não podem ser consideradas traumáticas de maneira absoluta, pois, como sabemos hoje em dia, o conceito de trauma é relativo, dependendo mais de certas sensibilidades constitucionais, do que das experiências vividas, propriamente ditas. As vivências são mais traumáticas para determinados indivíduos mais vulneráveis à superação de conflitos e são, nestes indivíduos, os Agentes Ocasionais produtores das reações neuróticas.
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